CABEÇA AO
VENTO
Para Guilherme Melich
Ar pesado,
emplastado de pensamentos.
Dúvidas
fixas, ideias vagas, cabeça em chamas.
No corpo, um
incêndio aflito corre pelas veias.
No ouvido,
não há rumores de anjos, nem o canto dos pássaros.
No olhar,
paralelas se perdem no labirinto do infinito.
No momento
limite, a colisão das fronteiras entre sombra e luz.
A vida,
enigma da matéria, sempre é mais do que o silêncio da morte.
A cabeça,
prestes a ruir, feita de perguntas, se desfaz, não aguenta.
O ar, agora
vento, em fúria é tormenta.
Mas na
semente da dúvida, cresce a dádiva da busca.
E a busca é
a insistência da existência.
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